É muito comum vermos as crianças brincando em diversos contextos e, principalmente, brincando livremente. A brincadeira livre acontece quando a criança escolhe o que vai fazer, como vai fazer e quando vai fazer. É neste tipo de brincadeira – principalmente, mas não só – que a criança exercita com profundidade sua autonomia, pois ela aprende a reconhecer os limites do que pode fazer, a criar soluções para determinados problemas e também exprime com liberdade o que há de íntimo no seu ser. Este tipo de brincadeira acontece em diversos contextos, seja sozinha ou com seus amigos (individual ou coletivamente).
A brincadeira livre trabalha muito com a zona de desenvolvimento proximal da criança, onde ela pode utilizar seus conhecimentos para avançar em suas descobertas até determinado ponto e é neste momento que ela passa a testar os limites do ambiente (subindo mais alto, correndo mais longe, etc) ou do material que ela tem disponível (misturando-o com outro, aplicando-o em um espaço proibido, etc).
A brincadeira direcionada (direcionada normalmente por um adulto) abre novas possibilidades e outras tantas ideias criativas, adentrando na zona de desenvolvimento potencial. Nesta zona de desenvolvimento as descobertas são mais controladas, é claro, mas as possibilidades aumentam visto que o universo da criança é somado ao universo da pessoa que direciona a brincadeira. Neste espectro de potências jogos coletivos podem ser organizados, espaços longínquos podem ser descobertos e até materiais de uso restrito podem ser apresentados.
É através destas duas formas de brincadeiras que as crianças aprendem e passam a se desenvolverem. É através da objetividade de um adulto ou da individualidade de seu ser que a criança passa a descobrir novas fronteiras e novos limites para as suas explorações. A criança é este ser em busca do desconhecido e é através de suas investigações que ela acompanha as evoluções que acontecem ao seu redor e dentro de si.
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