Quando a criança brinca ao ar livre, seja em um parte ou mesmo no quintal de casa, ela está sujeita a diversos conteúdos que contém uma verdadeira coleção de aprendizados. Estes conteúdos estão ligados aos elementos da natureza, como pedras, folhas, grama, galhos, dentre outros.
Quando a criança brinca solta em meio à natureza o seu olhar sobre o mundo se transforma e ela tem de se comportar de maneira diferente perante este ambiente cheio de surpresas. Quando caminha, o chão não é liso e uniforme como o piso de uma casa, mas cheio de obstáculos e relevos desiguais. Para caminhar neste solo é preciso manter-se alerta e com atenção redobrada, pois um passo em falso pode causar um tremendo de um acidente.
Além de ter de se portar de maneira única, o ambiente proporciona diversas matérias-primas que podem se transformar em brinquedos a partir da imaginação. Uma folha pode ser um barco que navega pela água de um riacho. Pedras podem se transformar em bonecos ou até mesmo uma torre quando empilhados. A areia ou a lama pode virar comida no faz de conta e por aí vai. Isso acontece porque estes objetos não são dotados de formas acabadas e propriedades limitadas. Eles possuem características abertas e universais, como a consistência, densidade, formas diversas e também diferentes possibilidades de uso. Isso faz com que estes elementos da natureza não tenham propriedades específicas e são chamados de brinquedos não-estruturados, pois eles podem se transformar naquilo que sua imaginação quiser.
É por isso que brincar na natureza estimula a criatividade e propõe às crianças um novo olhar sobre o mundo que as cerca. Esta modalidade de brincadeira permite a exploração de diferentes universos e possibilita a descoberta, a surpresa e também a experimentação. Todas estas ações estão ligadas à autonomia e sensibilidade, duas peças fundamentais no quebra-cabeça do desenvolvimento infantil.
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